sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

GESTÃO ESCOLAR | O verdadeiro papel do diretor


A chave é o aprendizado
Muito além de administrar a burocracia, o que se espera dos gestores

hoje é criar condições para que os alunos avancem
wrAutor('Thais Gurgel','','')

Durante muito tempo, dizia-se que a função do diretor era administrar a burocracia. Felizmente, isso está mudando. Há alguns anos vem ganhando força a idéia de que a principal tarefa é fazer o que se convencionou chamar de gestão da aprendizagem. Ou seja, o que realmente importa é resgatar a função primordial da escola: garantir a criação de um ambiente agradável em que todos os alunos (sem exceção) consigam avançar. Essa é uma das conclusões de uma enquete realizada em parceria entre a Fundação Victor Civita e o Ministério da Educação (MEC).


Durante os meses de maio e junho, duas perguntas foram apresentadas no site do Programa de Formação de Gestores, do MEC: "Considerando sua experiência como gestor, que temas você considera essenciais que o administrador escolar domine para ter sucesso em seu trabalho?" "Com base em sua vivência como gestor, cite os principais desafios enfrentados atualmente pelos dirigentes escolares."

As mais de 3.500 respostas mostram (como se pode ver no quadro abaixo) que a maioria dos diretores brasileiros tem consciência de que seu trabalho é muito mais que só cuidar de aspectos legais e atender às demandas burocráticas. Gerenciar a equipe de professores e funcionários (saber ouvir, articular, respeitar, formar e gerenciar equipes etc.), administrar os recursos financeiros, motivar e mobilizar a equipe e atuar como um verdadeiro líder, com planejamento, estratégia, ética e transparência, são as principais habilidades apontadas pelos internautas que responderam à enquete.


Com a palavra, os gestores: como é hoje e como deveria ser
Mais de 3.500 diretores participaram da enquete feita em parceria entre a Fundação Victor Civita e o Ministério da Educação sobre a realidade do trabalho nas escolas. Confira as respostas: A principal habilidade necessária
43% Gestão de pessoas
21% Gestão de recursos financeiros
19% Domínio da legislação
17% Gestão administrativa
11% Liderança 10% Capacidade de motivar e mobilizar
9% Planejamento e estratégia
8% Ética e transparência O maior desafio a ser enfrentado
26% Desmotivação do corpo docente
22% Falta de envolvimento da família
14% Deficiência na formação dos professores
14% Escassez de recursos financeiros
14% Gestão de recursos humanos*
13% Indisciplina dos alunos
12% Desmotivação/desinteresse dos alunos
11% Violência

No entanto, os próprios gestores afirmam que isso está longe da realidade. Embora o sucesso das relações interpessoais seja uma das chaves para o sucesso da escola, a desmotivação do corpo docente, as deficiências na formação dos professores e a falta de envolvimento das famílias aparecem no topo dos problemas enfrentados no dia-a-dia.

Da mesma forma, poucos deram importância à necessidade de conhecer a comunidade e ao foco no resultado dos estudantes. "Isso pode indicar que os gestores ainda não se sentem co-responsáveis pelos indicadores de aprendizagem dos alunos", afirma Maria Maura Barbosa, coordenadora pedagógica da formação de gestores escolares do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac).

"E é esse distanciamento que não o deixa sentir-se parte do mau resultado apresentado pelas crianças nos testes de avaliação no Brasil inteiro. É preciso que as questões ligadas a repetência e evasão passem para o primeiro lugar das preocupações." De fato, não dá para imaginar que os baixíssimos indicadores revelados pelas provas nacionais e internacionais sejam de responsabilidade exclusiva dos professores ou (pior ainda) dos próprios alunos.

Por isso, e para ajudar os diretores a aperfeiçoar seu trabalho no dia-a-dia, NOVA ESCOLA lança no dia 13 deste mês uma edição especial inteiramente dedicada ao tema. A publicação vai mostrar as novas estratégias de ação e as boas práticas que estão mudando para melhor nossas escolas - sobretudo nas redes públicas. "Apagar incêndios"

"Ainda há muito a avançar até que todos não só se convençam de que o mais importante é a gestão da aprendizagem, mas passem a fazer isso de forma articulada", diz Roberta Panico, formadora de gestores. "Nos cursos que ministramos Brasil afora, vemos claramente que, sem esse olhar, fica fácil cair na armadilha de gastar o tempo 'apagando incêndios' e se ocupando com a burocracia. O que tentamos ensinar durante o programa é que a escola deve passar de 'local em que se ensina' para 'organização que busca estratégias a fim de promover o aprendizado'."

"É preciso que as questões ligadas a repetência e evasão passem para o primeiro lugar das preocupações." Maria Maura Barbosa, coordenadora do Cedac para formação de gestores
Para que isso ocorra, é preciso criar instrumentos para um projeto pedagógico que atenda às necessidades da comunidade e envolva funcionários e professores, além de pais e alunos, em sua elaboração. O passo seguinte é colocá-lo em prática dia após dia - e revê-lo sempre que necessário. "A leitura que a direção e o corpo docente fazem da comunidade interna e externa influencia diretamente na forma como a escola funciona", declara Maura.
"Mas, quando existem metas claras de ensino, compartilhadas por todos, cria-se um verdadeiro grupo de trabalho, movido por interesses comuns." Na proposta pedagógica, é preciso levar em conta também os espaços físicos disponíveis e os valores implícitos nas relações interpessoais. "Não é só o professor que ensina. O jeito como os funcionários interagem com os estudantes e os professores e a forma de usar as áreas de convívio devem ser pensados sob um filtro pedagógico, pois, se falamos tanto em formar cidadãos, o primeiro passo é permitir que todos vivenciem a cidadania enquanto freqüentam a escola."

"A escola deve passar de 'local em que se ensina' para 'organização que busca estratégias para promover o aprendizado'." Roberta Panico, formadora de gestores escolares
Outro desafio importante a ser enfrentado é a baixa qualidade da formação inicial dos professores. A questão, segundo os especialistas, deve ser encarada como parte do projeto pedagógico. "Ninguém precisa chegar à escola pronto para lecionar", diz Maura. "Cabe também ao gestor promover uma formação continuada de qualidade, após identificar as necessidades existentes para desempenhar as propostas estabelecidas pelo próprio grupo."

Especialista fala de cinco atitudes que acabam com suas chances de ganhar mais


O mundo corporativo parece um quebra-cabeça dos mais difíceis de montar. Já parou para pensar por que algumas pessoas vivem a receber propostas excelentes de emprego, com salários igualmente satisfatórios, e outras não conseguem sair do lugar?Por que alguns profissionais estão destinados a receber um salário mediano para o resto de suas vidas enquanto outros parecem ter nascido com toda a sorte possível?
Antes de apelarmos para o horóscopo ou o tarô, na busca de alguma explicação, que tal ouvirmos a opinião de um especialista entendido de carreira?O que está por trás do salário insatisfatórioReinaldo Passadori, presidente do Instituto Reinaldo Passadori e autor do livro "Comunicação Essencial - Estratégias eficazes para encantar seus ouvintes", selecionou cinco tipos de profissionais que, se não mudarem suas atitudes, estarão fadados a receber um salário insatisfatório:

Bajuladores: Eles não percebem que, na esfera profissional, o que se mede é o resultado advindo do trabalho com qualidade. Pessoas que tentam ganhar pontos por meio da bajulação queimam suas imagens de "bom profissional" no mercado e podem despertar nas pessoas a sensação de descrédito.

Pessimistas: São pessoas que irradiam energia negativa por onde passam. Sofrem de um destempero emocional, a ponto de se descontrolarem. Elas não criam nem produzem. Na verdade, não fazem o mínimo a não ser gerar um clima destrutivo na empresa em que trabalham. Além disso, costumam ter dificuldade para se relacionar, gerando brigas, intrigas e desentendimentos no ambiente de trabalho.

Mentirosos: Vários são os pontos a se atentar, no sentido de ser confiável. Em primeiro lugar, é preciso ser coerente. As ações devem estar de acordo com as palavras. É impossível a empresa acreditar naquele colaborador que mente. Ele passa a ser alguém sem crédito na empresa e também no mercado.

Desorganizados: São profissionais que começam várias atividades e não terminam. A eles, faltam foco e clareza para discernirem o que é prioridade. Estão aquém daquilo que a maioria das empresas esperam, deixando o trabalho que desenvolvem incompleto, não correspondendo, portanto, às expectativas da liderança.

Com visão limitada: É certo que a ambição bem medida serve como incentivo para o progresso pessoal e profissional. Já a visão limitada sobre as coisas impede que o profissional progrida, por nutrir uma zona de conforto. As pessoas que não enxergam além se acomodam com facilidade e nem sempre desenvolvem as competências que possuem. O desejo de buscar novos aprendizados e desafios não faz parte dos planos das pessoas com este perfil, o que é lamentável. Não é à toa que determinadas pessoas permanecem anos e anos na mesma empresa, apesar dos salários insatisfatórios.